segunda-feira, 11 de maio de 2009
The Chemistry Collective (3) – Laboratório Virtual
Dentro dos recursos disponibilizados na Chemistry Collective, o Virtual Lab aparece como o “recurso integrador”, uma vez que os restantes recursos recorrem a ele, como por exemplo os Problemas Classificados Automaticamente que abordei no post anterior. A existência deste “recurso integrador” parece-me de grande importância uma vez que a utilização de vários recursos, sem que existam evidentes elos de ligação entre os mesmos, pode levar a uma desmobilização por parte dos alunos.
Existe uma versão em português (do Brasil) do Virtual Lab (http://www.chemcollective.org/vlab/vlab.php?lang=br). Apesar desta versão estar apenas disponível online e de não ter (eu pelo menos não encontrei) muitas actividades em língua portuguesa, a sua utilização na fase de ambientação dos alunos pode ser muito vantajosa, pois contêm um Guia do Utilizador, uma Demonstração passo a passo e um Guia para Instrutores, todos em português (do Brasil). Esta documentação permitirá uma fácil ambientação à ferramenta, podendo-se, posteriormente, utilizar a versão inglesa que contêm um número elevado de actividades e que pode ser descarregada e instalada no computador pessoal.
Juntamente com o Virtual Lab, há uma outra ferramenta, denominada Virtual Lab Authoring Tool que permite modificar e criar actividades, experiências, armários de reagentes, etc.. Esta ferramenta permite que o recurso seja adaptado a cada situação específica.
Com dois docentes do mesmo departamento a seleccionarem esta ferramenta, não há desculpas para não a implementar… não sei se devia ter escrito isto.
domingo, 10 de maio de 2009
The Chemistry Collective (2) - Problemas classificados automaticamente
Algumas características do OER que justificam a escolha:
- é um OER de fácil utilização e com conteúdos de qualidade;
- as variáveis dos problemas são modificadas aleatoriamente em cada acesso, não existindo, por isso, dois problemas iguais, o que evita as cópias integrais da resolução;
- em caso de erro na resolução, a ferramenta origina um feedback para o aluno, alertando-o para os erros mais frequentes na resolução deste tipo de problemas e orientando-o na direcção correcta da resolução;
- não há um acréscimo de trabalho para os docentes, uma vez que os problemas são gerados e classificados automaticamente;
- quando o aluno acerta a resolução e a imprime para entregar ao professor, é impresso o dia e a hora em que o problema foi acedido e resolvido, dificultando as situações de “fotocópia” da resolução;
- em muitos dos problemas os alunos podem recorrer a outra ferramenta, o Laboratório Virtual (ver próximo post), onde podem realizar simulações relacionadas com o problema em causa;
- apesar de os enunciados estarem em inglês, estão escritos de uma forma simples e acessível a qualquer aluno.
Só falta convencer os restantes colegas que leccionam unidade curricular Química Geral e Bioquímica no ISA…
quarta-feira, 6 de maio de 2009
The ChemCollective
- módulos online que incluem filmes e textos com tutoriais interactivos;
- problemas de situações da vida quotidiana;
- colecção de problemas classificados automaticamente;
- laboratório virtual.
No caso específico do módulo de Química Inorgânica que lecciono da unidade curricular Química Geral e Bioquímica do 1º ano do 1º ciclo dos vários curso do ISA, algumas desta ferramentas podem ser utilizadas para promover e orientar o tempo de contacto para além das aulas presenciais (algo que muitas vezes não acontece no 1º ano do 1º ciclo).
Nos próximos posts dedicarei alguma atenção aos Problemas Classificados Automaticamente e ao Laboratório Virtual.
sábado, 2 de maio de 2009
Recursos Educacionais Abertos – alguns dos desafios
Muito do desenvolvimento de REA tem sido concretizado com base em projectos e muitas vezes com o apoio financeiro de diferentes doadores. No entanto, é necessário assegurar a viabilidade e sustentabilidade das iniciativas dos REA no período pós-subsídio. Para serem sustentáveis, os REA devem ser integrados nas políticas, nos procedimentos e, também, nos orçamentos regulares das instituições.
Garantia de qualidade
Quando a informação é retirada de sites da web em todo o mundo, os utilizadores muitas vezes não possuem um quadro de referência para determinar a qualidade da informação obtida. Torna-se, por isso, necessário, encontrar mecanismos de garantia de qualidade, de modo a que os REA sejam, e sejam vistos como, de alta qualidade.
Direitos de autor e licenciamento
Trata-se de um problema com implicações importantes, quer para os criadores quer para os utilizadores, bem como para as suas instituições. Torna-se necessário encontrar mecanismos que clarifiquem a situação de determinado REA para a instituição, para o criador e para o usuário. As licenças GFDL (desenvolvida pela Free Software Foundation) e Creative Commons (atribuída pela organização não lucrativa Creative Commons) são exemplos de como este problema pode ser ultrapassado.
Formação de capacidade de desenvolvimento
Os indivíduos e as instituições interessados em criar, adaptar e reutilizar os REA podem não ter os conhecimentos suficientes para levar a cabo estas tarefas, como acontece com muitos dos que participamos neste curso. Torna-se, por isso, necessário que sejam apoiados para desenvolver as suas próprias capacidades, sendo o FIEL01 e o, na forja, FIEL02 um bom exemplo.
Recursos Educacionais Abertos – oportunidades e potencialidades
“At the heart of the movement toward Open Educational Resources is the simple and powerful idea that the world’s knowledge is a public good and that technology in general and the Worldwide Web in particular provide an extraordinary opportunity for everyone to share, use, and re-use knowledge. OER are the parts of that knowledge that comprise the fundamental components of education – content and tools for teaching, learning and research.” (Hewlett Foundation)
A possibilidade de todos poderem partilhar, utilizar e reutilizar o conhecimento (a democratização) é, efectivamente, uma extraordinária oportunidade proporcionada pelos Recursos Educacionais Abertos.
No entanto, a produção, disseminação e utilização de OER origina ainda um conjunto de oportunidades e potencialidades, sendo de destacar as inovações ao nível pedagógico e organizacional:
- Pedagógico – transformação das práticas educacionais na instituição, colocando o estudante no centro do processo formativo.
- Organizacional – maior transparência nas actividades da instituição e aumento da visibilidade das instituições na comunidade onde o seus alunos se inserem – abertura da instituição à comunidade. Reforço da interacção social entre todos os participantes no processo formativo, alunos, docentes, pais, especialistas, transformando as instituições em comunidades educativas. Colaboração com instituições de outros países e/ou com “especialistas” de diversos sectores, quebrando fronteiras entre países e culturas - abertura da instituição ao mundo.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Recursos Educacionais Abertos – o que são afinal?
O conceito de Recursos Educacionais Abertos (Open Educational Resources - OER) terá sido adoptado pela primeira vez, em 2002, pela UNESCO, no relatório final do Forum on Impact of Open Courseware for Higher Education in Developing Countries.
No mesmo relatório, definia-se OER como:
“The open provision of educational resources, enabled by information and communication technologies, for consultation, use and adaptation by a community of users for non-commercial purposes.”
Apesar de ter sido apenas o ponto de partida, esta definição levanta algumas questões relacionadas com as diferentes noções de:
- open - que pode ser entendida com a simples utilização gratuita dos recursos disponibilizados ou ser extensível à possibilidade de o alterar, modificar, combinar e, no limite, à abertura do próprio código do software;
- resources – que poder ser entendida apenas como os conteúdos ou, também, como o desenvolvimento de ferramentas e software para produção, distribuição e utilização dos conteúdos;
- educational – que pode ser entendida apenas como a educação formal e institucional ou incluir também a educação ao longo da vida.
Tendo em conta todos estes aspectos, a “tentativa de definição” proposta por Tuomi (2006), mais abrangente e mais clarificadora do que a inicial proposta pela UNESCO em 2002, parece mais próxima do entendimento actual do que são OER.
Open educational resources are accumulated assets that
1) enable development of individual or social capabilities for understanding and acting
and
2) can be enjoyed without restricting the possibilities of others to enjoy them
and which either
3) provide non-discriminatory access to information and knowledge about the resource
4) generate services that can be enjoyed by anyone with sufficient non-discriminatory capabilities
5) can be contributed to by anyone, without restrictions that exceed the norms of open science
Em breve, muito em breve, porque o prazo termina no dia 4 de Maio, voltarei ao tema.